domingo, 27 de fevereiro de 2011

Gente morta, zumbis e cabelo!

Sob o olhar do pobre garoto do ensino médio, 120 pessoas mortas, acabadas no chão, todas com olhos abertos.
-Hmmm...você ta reparando nisso? - perguntou Rezende
-Nisso o que? - disse Alice, virando de costas para a cena horrivel
-Acho que você sabe do que estou falando...-disse Rezende, olhando minuciosamente os corpos, de longe- Vem, vamos ver o que aconteceu.
-Você tá maluco, seu tonto?!?- disse Alice, ainda virada para a cena.
-Tá com medo de quê, do lobo mau? - disse Rezende agora apertando o braço da espiã.
-Não é disso que eu tenho medo. - disse ela, empurrando ele para tras e passando na sua frente.
-Do que, então?
-Deles - cochichou ela, trêmula.
-Eles. Estão. Mortos - Rezende pontou cada palavra com um passo a frente.
-Nossa!- disse Alice, olhando com ironia para Rezende- Você descobriu isso sozinho??
-Engraçadinhaa.. - respondeu ele - Como será que essas pessoas morreram??
-Rezende- disse Alice, andando entre os corpos na quadra- tem uma coisa sobre a qual não te contei sobre esses irmãos...
-O que?- disse Rezende, bem curioso.
- Eles já atacaram a base, e agora atacaram aqui.-pigarreia e continua- Em 1988, a base já estava construída, mas os antecessores desses desgraçados mataram a todos...
-E agora eles querem matar essa geração de espiões. - concluiu Rezende
-É isso mesmo... - respondeu Alice
-Tem certeza que esse trabalho de espião não tem salário?-disse Rezende- porque se tivesse, deveria vir junto com um seguro de vida.
-Fracote -diz Alice, socando Rezende de leve no braço.
-Ai ai ai... - diz Rezende, com a mão no braço.
-Nem foi tão forte!
-Eu sei!!! Eu estava brincandoo..
-Claro - diz Alice, arrumando a franja que achava que deveria cortar um pouco.
- E como assim, eu sou fracote ?- disse Rezende- não fui quem caiu no chão vendo 120 certificados de óbitos a caminho.
-Eu posso. Eu sou uma garota! - disse ela com orgulho - Mas pelo menos eu não tenho medo de morrer, eu tenho medo de gente morta!
 -Gente morta- diz Rezende, chutando alguns corpos que ficavam no seu caminho- está morta, como diz o adjetivo. Aliás...
 -Para de ser insensivel - interrompeu Alice - Pensa que essas pessoas podem ter uma familia!!
- Ora, ora, tal mãe tal filha, não é mesmo, Alice ? - disse uma voz atrás dos dois, o que faz pularem como se fossem gatos num balde d'água.
 Alice deu um grito e virou, ja apontando sua adaga para a cabeça da pessoa.
 -Ra-rafael?? -disse Rezende- Velho, essa porcaria de escola pode ficar mais escrota?
-Claro que pode- disse uma voz do telhado do prédio que estava atrás de todos.
-Ah, os irmãozinhos se reuniram pra lutar, é? -provocou Alice, olhando para Ana.
-Não só a gente. - disse Rafael - Mas parece que a escola toda...
-Só que dessa vez, - completou Ana - é contra vocês.
As pessoas que se levantaram do chão pareciam zumbis, Alice e Rezende sabiam que não poderiam acabar com todas as pessoas ainda vivas da escola. Ou eles fugiam ou eles morriam.
-Fugir ou morrer, eis a questão. - disse Rezende puxando Alice para a sala e trancando a porta atras.
-Aff, garoto, tá com medinho? -disse Alice, esticando a manga da blusa.
-Medo, não. Bom senso, sim. -diz ele, olhando pela janela e vendo os zumbis numa tentativa inútil de abrir a porta
-Meu, para com isso! -disse Alice, prestes a abrir a porta.
-Já sei! -disse Rezende, avançando em Alice e bagunçando todo o seu cabelo arrumado.
Alice olhou para Rezende, pro seu cabelo, Rezende correu para abrir a porta.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!- gritou Alice.

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