domingo, 26 de setembro de 2010

J+R, A+A?

Chegando na escola, eles abriram seus armários e colocaram seus materiais lá.
-Nossa cara!! - disse uma garota do lado de Rezende - Quanto tempo!!
-Bia! - disse Rezende, um pouco desanimado por ela ser uma gênia criminosa - Tudo bem?
-Tudo bem..e você? - disse Ana, olhando para Alice, simpaticamente - Meu nome é Ana Beatriz, e o seu?
-Ana o que? - perguntou Alice
-Beatriz, - disse Ana, diminuindo um pouco o sorriso - e você?
-Não. - disse Alice - O meu não é Beatriz.
-É Alice! - disse Rezende
-Bom, - disse Ana - prazer.
-Prazer o que? - perguntou Alice
-Ela quis dizer prazer em te conhecer, disse eu, ESPERTEZA! - disse Rezende
-Ôôô, Rezende, fica na sua. - disse Alice, grosseiramente - E então, Ana, você esta na mesma sala que eu?
-Acho que sim. - disse ela, segurando o braço de Alice - Vi você na sala ontem.
-Eu não. - disse Alice, puxando o braço.
-Bem, - disse Ana - mesmo assim, deixa eu te mostrar a escola.
-Tudo bem. - disse Alice - Eu não conheço muito aqui.
-Bem, - disse Rezende, pegando umas coisas no armario -nós nos vemos depois, meninas. Rafaelll!!! - gritou -Vamos andar, muleque.
-Ai, meninos... - disse Alice
-Concordo. - disse Ana, com uma risadinha
-Nossa! - exclamou Alice - Você também acha meninos estranhos?
-Acho que é o pensamento de toda menina! - respondeu Ana
-Nossa! Tenho muito o que aprender com essa Ana. - disse Alice, para si mesma
-Bem, - disse Ana - Vamos primeiro ao ginásio. É onde ficam os meninos bonitos!
-Existem meninos bonitos? - perguntou Alice, segurando o braço de Ana
-Como assim? - disse Ana - Você parece uma alienigena. Vem...deixa eu te mostrar eles.
-Nossa! - disse Alice - Eu pensava que eles não existiam! E ainda tem sete malhando ali! E mais cinco jogando bola! E mais três na natação!
-Calma garota! - disse Ana - Tem o suficiente pra todas aqui!
-Ana, - disse Alice, meio acanhada - quem é aquele de cabelo preto ali?
-Aquele ali é o Arthur. Ele ta aqui faz três anos e acabou de terminar com a namorada.
-Hihi. - disse Alice, meio que escondendo o rosto por Arthur ter dado uma olhada meio indiscreta para ela - Ele olhou para mim!
-Alice, calma. - disse Ana - Ele olha para todas as meninas.
-Ah. - disse Alice, meio chateada, mas logo recuperou o sorriso - Mas vai que essa olhada foi especial!
Ana abriu a boca para dizer algo, quando o sinal tocou.
-Bom, - disse Alice, virando as costas - vamos para a sala.
-É, - disse Ana - eu acho que hoje tem aula no laboratório. Quer ser minha parceira?
-Há, - riu Alice - laboratório? De onde eu venho, só os bebes tem aula de laboratório.
-De onde eu venho, - disse Ana - laboratório é uma disciplina que me ajuda muito no meu dia a dia, se é que você me entende.
-De onde você vem? - perguntou Alice, enquanto as duas entravam no laboratório.
-Bem, - disse Ana - isso não importa muito, né? Vamos logo, ele ja vai entregar as instruções pra experiencia de hoje.
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-Rafael, - disse Rezende, meio envergonhado - sabe a Jess?
-Que Jess? - perguntou Rafael, sabendo que só tinha uma Jess na escola
-Adivinha! A Jessica, cardeal do Vaticano! - disse Rezende, com uma cara de ironia
-O que tem a Jess, cardeal do Vaticano? - perguntou Rafael
-Ai, BICHO DEMENTE! - gritou Rezende, bem nervoso - A Jessica do 9º ano...
-Ah, - disse Rafael -não. Por que, você ia dizer algo sobre ela?
-Ah, que raiva. - disse Rezende, recompondo sua cara de vergonha - Mesmo assim, eu acho que, eu to meio que...você sabe, meio que...gostando dela.
-GOSTANDO DA JESSICA DO NONO ANO? - gritou Rafael, para quase todos ouvirem, mas niguém ouviu.
-CALA A BOCA DEMENCIA! - gritou Rezende
-Ta, - disse Rafael, baixinho - mas como aconteceu?
-Foi um pouco antes de eu conhecer a coisinha irritante. - começou Rezende
-Que coisinha irritante? - perguntou Rafael
-A Alice, e não me interrompe mais - disse Rezende - Eu estava no parque, voltando para a minha casa, quando uma garota esbarrou em mim, eu olhei e quase não reconheci essa garota, era a Jessica. Nós conversamos, eu perguntei se ela queria um sorvete, ela aceitou, eu paguei um sorvete pra ela e ela me deu o telefone da casa dela e disse pra mim ligar qualquer dia, mas até agora eu não liguei!
-Ta, - disse Rafael - mas não namore ela não! Ela sempre trai com os que ficam com ela. Palavra de honra!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Imprevisto no Ônibus

-Aaahhh...escola de novo não... - resmungou Rezende, apertando o despertador com força.
-Hei cara. - disse Alice, abrindo a porta e assustando Rezende - Já levantou?
-Não e nem quero ir pra lá. Hoje tem aula de matemática e eu não sou um dos melhores, sabia?
-Sério? - perguntou Alice, pulando de agitação - Matemática é muuuitooo fácil.
-Para de pular, garota! - exclamou Rezende
-Mas matemática é tão demais!!! - gritou Alice
-Saaaiii do meu quartooo!!! - gritou Rezende
-Credooo, não precisa ser grosso... - disse Alice, saindo do quarto
-Aqui é assim! Se você é esperta o suficiente para fatorar uma expressão, você ta expulsa do meu quarto!!! - disse Rezende, levantando
-Cala a boca, coisinha!!! - gritou Alice de volta, do outro lado do corredor
-Waaaaaahhhh... - bocejou Rezende, chegando na cozinha para tomar café
-Aliceeeeeeeeeeeee!!! - gritou uma voz, vinda do andar de cima, assustando Alice
-Acho melhor você ir lá. - disse Rezende
-Já vou. - disse Alice, pulando de alegria pensando em logaritimos - Hoje tem aula de matemática!
-O que será que ela fez dessa vez? - perguntou André, entrando na cozinha com uma xicara de café nas mãos
-Sei la, - disse Rezende, ainda de roupão - acho que colocou uma taxinha na cama da mãe dela.
-Droga!!! - gritou Alice, entrando na cozinha, ainda muito agitada
-O que foi? - disse Rezende, com o minimo de interesse
-Minha mãe achou uma coisa no meu quarto. - disse Alice - Meu pacote de doces.
-Háá...sua gordinha disfarçada... - disse Rezende, apontando o dedo e quase derrubando a chaleira de cima da mesa
-Não, seu besta!!! - disse Alice - É que eu não posso comer muito doce, senão eu fico muito agitada.
-Não me diga isso. - disse Rezende - Se você já esta agitada antes, com doces você deve ficar querendo bater em um tubarão.
-Não tanto. - disse Alice, andando de um lado para o outro da cozinha - Hoje eu só comi um pacote de balas.
-Um pacote de 500 gramas, eu presumo - disse André
-Não, - disse Alice - quer dizer, talvez
-Ah, vocês estão quase atrasados. - disse André - Rezende, pegue o caderno e Alice pegue a caneta.
-Tudo em mãos. - disse Alice, correndo para a porta.
-O ônibus chegou! - disse a mãe de Alice, que viu o ônibus pela janela
-Eu to indo! Eu to indo! - gritou Alice, correndo pela rua, igual a uma louca
-Aliceee!!! - gritou sua mãe - Nada de doces!
-Tchau, gente! - gritou Rezende, andando normalmente.
Quando Alice e Rezende entraram no ônibus ele estava mais vazio. Alice sentou em um banco vazio e colocou suas coisas e Rezende sentou com um garoto, que logo percebeu quem era. Era Rafael Quarsteel.
-Opa! - disse Rezende - Fala, Quarste...AAAHHH!
-Rezende, você ta bem? - perguntou Rafael, confuso
-Hei, coisinha, - disse Alice, virando para trás - Quem é ele?
-É o Rafael... - engoliu a seco e disse num cochicho - Quarsteel.
-AAAHHH!!! - gritou Alice
O ônibus inteiro se silenciou. O grito fino de Alice deixou todos desacordados. Até o motorista estava vendo o velocimetro meio embaçado.
-Ai meu deus!!! - gritou Alice, mais uma vez - Eu preciso sair desse ônibus.
-Ai, demência, - disse Rezende - você não acha que se ele nos atacasse, ele nos atacaria onde tivesse pouquissima gente?
-Sei lá... - disse Alice, tremula - vai saber.
-Como você fez para as pessoas ficarem desse jeito? - perguntou Rezende, olhando para Rafael, desacordado
-Sei la. - disse Alice - Geralmente o André põe a mão na minha boca quando eu dou um piti.
-Grita de novo. - pediu Rezende
-Você acha facil assim? - disse Alice
Rezende pegou a alsa do sutiã de Alice e puxou-o até soltar
-AAAAAHHHHH!!!! - gritou Alice - SEU CRETINO!!!
Todos imobilizaram de novo. O motorista quase desmaiou e o ônibus descoordenou-se um pouco.
-Meu deus, meu deus, meu deus... - disse Rezende agarrando o braço de Alice - O que você fez?
-Ué...você puxou meu sutiã! Isso é uma sacanagem!
-OK, como se faz para acionar aquele microfone que nós temos no pulso? - perguntou Rezende, pasando a mão em seu pulso
-É só chacoalhar - disse Alice
-Tipo assim? - perguntou Rezende, chacoalhando o pulso, como Alice tinha recomendado.
-É assim mesmo. - disse André, pelo microfone de Rezende
-Alice teve um piti - disse Rezende
-Faz o seguinte, - disse André - põe a mão sobre o rosto dela e diz que o pai odiaria ver isso.
-Isso não é um pouco de crueldade? - disse Rezende, num susurro
-Mas é o único jeito - respondeu André
-Então vamos ver.. - disse Rezende, olhando Alice, que tinha acabado de arrumar a alsa do sutiã.
-Prepare-se. - disse Rezende para André, que já desligava o microfone. Soltou o sutiã dela de novo.
-AAAAHHHH!!! - disse Alice, enquanto Rezende colocava a mão sobre seu rosto e dizia:
-Eu acho que seu pai odiaria ver isso. - disse Rezende, com cara de "você se lembra dele, não lembra?"
Alice parou de gritar naquele momento e a mão de Rezende ficou molhada do nada.
Rezende vendo Alice chorando, se sentiu culpado e ligou o microfone:
-Droga, André, seu cretino barato! - disse ele - Agora ela ta chorando! Viu o que você fez?
-Relaxa. - disse André - Agora fala que o pai dela ainda vai voltar e ele vai ficar orgulhoso de ver ela tão crescida.
-Ah, - disse Rezende - não acredito que vou fazer isso, mas, ta bom....Calma - disse ele - eu tenho certeza de que ele gostaria muito de vê-la grande e crescida.
E assim eles sairam do ônibus, Alice agitada e Rezende cansado.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Primeiro dia!!!

No dia seguinte:
-Vamos garoto! Já é quase oito horas!
-Não. Hoje eu não vou pra escola.
-E quem disse que não vai? - disse Alice, num som maternal
-Eu! Eu disse... - respondeu Rezende, com a voz de criança mimada
-Quem mandou mesmo? - perguntou Alice
-Quem mandou o que, garota?
-Quem mandou você ir pra escola, senão vai levar uma porrada onde você pode ficar aleijado? Ah lembrei - disse Alice - FUI EU!!!
-Mandona. - resmungou Rezende
-Madona? - disse Alice - Eu também amo a Madona, mas agora você tem que levantar logo!
-Ah, que saco! - murmurou Rezende
-O que? - perguntou Alice
-AH QUE SACO. - gritou Rezende puxando Alice pela gola e gritando em seu ouvido
-Sai muleque. - gritou Alice - Você vai amassar a minha blusa.
-Se eu ver os dois brigando mais uma vez, EU JURO QUE VOU ENFIAR UM SALMÃO NO... - disse André, interrompido por Alice, que fechou a porta na hora.
-Vai sonhando que ele vai parar de brigar comigo. - resmungou Alice
-Da pra sair do meu quarto? - perguntou Rezende
-Argh! - disse Alice, enquanto saia do quarto
-Pronto. - disse Rezende - Já me arrumei, feliz agora, mãe?
-Muito feliz, filho. - disse Alice - Alias, filho você é o eu tesouro. Acho que vou enterra-lo.
-Chega de briga. - interrompeu a mãe de Alice - O ônibus passa daqui cinco minutos.
-Tá. Ai meu deus! Cade o meu material!? - exclamou Rezende
-Relaxa. - disse André - Eu já tinha pego quando agente foi na sua casa, ir na база, lembra?
-Ufa. - suspirou Rezende
-Gente! - gritou a mãe de Alice - O ônibus chegou!
Naquele momento, Alice começou a respirar mais fundo e mais rápido, como se estivesse tendo eu ataque de pânico.
-Alice nunca foi boa com mudanças. - avisou a mãe de Alice.
-Ô, você ta bem? - perguntou Rezende
-Claro. - respondeu Alice - Eu só preciso de um pouco de...Ai meu deus!
-Um pouco de "ai meu deus"? - perguntou Rezende
-Garoto, me ajuda a chegar no ônibus, só isso, ok? - disse Alice, respirando nuito rapidamente.
Eles foram os últimos a subirem no ônibus aquele dia.
-Só tem um banco! - exclamou Alice
-É, - disse Rezende - acontece. Segura nesta haste no teto do ônibus.
-Tá bom. - disse Alice, quase amassando a haste
-Ei cara. - gritou uma voz que vinha do fundo - Deixa a garota sentar!
Alice ficou em posição de ataque, de tanto susto que levou.
-Tudo bem. - falou a mesma voz - Se a garota prefere ficar de pé, não sou eu quem vai impedir.
-Ah. - disse Rezende - Tá bom, Alice senta logo no banco.
-Tá bom, eu acho. - disse ela, meio incerta
-Então, - disse Rezende - tá pronta?
-Meu filho, - ela respondeu - eu nasci pronta!
-Tá bom. - disse Rezende, fazendo uma cara particularmente irritante.
O percurso até a escola durou uns dez minutos. A escola era de um tamanho médio, com não muito alunos.
-Vem. - disse Rezende, puxando Alice pelo braço - Você não disse que tava pronta? Então vamos logo!
-Em que série estamos? - perguntou ela, um pouco nervosa
-1º colegial - responde Rezende
 -Tá bom. Onde é a sala?
 -É por aqui - disse Rezende, apontando para a sala a direita
 Alice empacou na porta da sala.
-Qual é! - disse Rezende - Você foi tão bem até agora! Se nasceu pronta, já devia estar aqui há um tempão!
-Mas, eu achei que seria só nós na sala! - disse ela - Mas tem muito mais gente aqui dentro!
-Você achava mesmo que agente teria aula sozinhos, se tem uma penca de gente lá fora? - perguntou Rezende, com um tom de alguém dizendo "é obvio"
-Mas, meu deus...agente trabalha em uma agencia! - respondeu ela, no mesmo tom.
-E dai? - disse ele - Agente não vai ter nenhum privilégio nessa escola.
-Mas...
-Mas nada Alice, cai na real, garota!
-Tudo bem, - disse Alice, finalmente entrando na sala - vou tentar me acostumar com a ideia de dividir as aulas com outras pessoas.
Aquela segunda passou muito devagar, tanto para Alice, quanto para Rezende. Mas no fim do dia, os dois não viam a hora de voltar pra lá.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Treinamento

-Então, que tal irmos para a sala de treinamento agora? - disse André, batendo na porta do quarto de Rezende, com Alice atrás dele.
-Mas que horas são? - perguntou Rezende.
-Hora de treinar. - disse André, com um sorriso amarelo.
-Hora de treinar o caramba, são cinco da matina... - disse Rezende, que logo ficou assustado vendo que Alice já estava arrumada.
-Que horas você acha que eu acordo nos últimos 1000 anos da minha vida? - disse ela com ironia.
-Achei que você só tinha quinze anos... - refletiu Rezende.
-Para de gracinha e veste isso logo. - disse Alice, jogando uma mochila pesada em cima de Rezende.
-Uou, uou, uou, calma ai... - disse Rezende - você acha realmente que eu vou carregar essa tralha toda?
-Eu não acho. - disse Alice - Eu estou mandando. AGORA.
-Por falar em mandar, onde está a minha mãe? - perguntou Rezende.
-Preparando os sacos de arroz. - disse André.
-Vamos comer? - perguntou Rezende, com os olhos brilhantes.
-Não, a gente vai apanhar deles, seu besta. - disse Alice, virando as costas e puxando André junto.
-Falando sério - disse Rezende - eu vi tanta coisa até agora que não me surpreenderia que o arroz me desse um conselho de vida.
-Moleque - disse Alice - não viaja. Anda logo.
-Se você não sair do quarto eu não vou poder me trocar!
-Argh! - resmungou Alice, batendo a porta do quarto.
-Vai logo, garoto. - disse André.
-Pronto. - disse Rezende - Eu não sei de onde essa roupa saiu, mas como não tinha outra...
-Eu acho que você ficaria melhor em outra roupa. - disse Alice - Rosa não combina com meninos...pensando bem...acho que combina com você.
-Garota, - disse Rezende - você fala bastante de mim, mas comparada as outras garotas você é bem machona, sabia?
Alice deu um salto e agarrou o pescoço de Rezende, que caiu no chão. André segurou Alice e a puxou para longe de Rezende, que estava tentando recuperar o fôlego.
-Viu? - disse Rezende, com a voz rouca - A maioria das garotas que eu conheço só me daria um tapa. Você voou em mim!
-Como se você conhecesse mais garotas. - murmurou Alice.
-Conheço sim! - vangloriu-se Rezende - Tem a...a...a Ana Beatriz!
-O QUE? - gritou André.
-Ana... - pausou Rezende -...Beatriz.
-Puuutz. - disse André.
-Puuutz o que? - perguntou Rezende.
-Você deve estar brincando...Ana Beatriz é uma dos gênios extremamente inteligentes que criaram todo aquele exército... - responde André
-Que exécito? - perguntou Rezende
-Que exército!? - resmungou André - Meu, ninguém aqui ouve o que eu falo?
-Santa memória de ameba. - disse Alice
-Vamos voltar para o treinamento? - perguntou Rezende
-Isto, - disse André, apertando um botão que abria uma porta de escotilha, que dava acesso a uma enorme sala - é a sala de treinamento.
-Como se a garota aqui do lado já não soubesse - retrucou Rezende.
-Pra sua informação, Alice nunca esteve aqui. - disse a mãe de Alice, que ja estava dentro da sala.
-Na verdade, - disse Alice - uma vez já vim escondida...hehe...
-Aquela vez, - disse a mã e de Alice - você estava dopada...aquilo era o seu quarto...eu lembro de ver você andando meio descoordenada, fazendo comentários irrelevantes sobre o seu quarto.
-Continuando - disse André, quebrando a ladainha - vamos até a sala da tiros primeiro.
-A gente vai dar tiros? - perguntou Rezende, quase quicando no lugar.
-Não. - disse Alice - Vamos estourar pipocas!
-Por que você é tão fria com os outros? - perguntou Rezende
-Por que você faz perguntas tão óbvias? - retrucou Alice.
-Por que vocês dois não ficam quietos e me escutam? - perguntou André
-Alice, você quer ficar de castigo de novo? - perguntou a mãe de Alice
-NÃO! MÃE, POR FAVOR, NÃO! TUDO MENOS AQUILO! - suplicou Alice
-O que é o seu castigo, garota? - perguntou Rezende
-Não interessa, ameba. - respondeu Alice
André e a mãe de Alice sairam da sala, trancando os dois lá dentro, enquanto duas armas apareciam em cima da mesa.
-Uou! - exclamou Rezende - Qual escolher?
-Escolhe a que você achar melhor, né... - respondeu Alice
O resto do dia foi desse jeito, cheio de brigas, ameaças e treinamento. No fim do dia Alice e Rezende estava acabados e não viam a hora daquele dia acabar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Qual é?

-Depois de amanhã? - disse Rezende - Ah, dane-se, já estou aqui mesmo...ah e sobre as armas?
-A gente só vai poder usar arma branca, esperteza. - respondeu Alice - Vou ganhar minha adaga agora?
-Opa - disse Rezende - espera, eu sou a visita aqui...eu quero... - foi interrompido pela fala de Alice.
-Visita? Qual é? Você realmente acha que esta aqui por que eu quero? Se toca, velho...
-Vocês dois ai. - chamou André - Querem ficar quietos e terminar de ouvir o que eu tenho para dizer?
-Claro - disse Rezende. - Desculpe-me pelo meu ato conturbado diante de sua pessoa, Mister Matei-Duzentos-e-Cinquenta-Homens.
-Olha como fala comigo garoto! - disse André, com a voz mais alta - Na escola nós vamos ter um espião, que vai se passar por professor de matemática de vocês.
-Em uma escola normal tem matemática? - perguntou Alice.
-Você nunca foi pra uma escola antes? - perguntou Rezende
-Dãããã...claro...que não...mas eu tive aulas de Jiu-Jitsu.
-E quem liga pra Jiu-Jitsu na escola? - disse Rezende, com uma voz particularmente irritante.
-Muitas pessoas devem ligar pra Jiu-Jitsu na escola. - respondeu Alice - Eles ligam pra Jiu-Jitsu na escola, não é mãe?
-Creio que não, meu bem. - respondeu a mãe de Alice.
-Ráááá!!! - exclamou Rezende, com uma cara bem satisfeita.
Alice virou as costas e saiu batendo o pé de dentro da sala, foi até o fim do corredor, entrou na porta do elevador e sumiu.
-Então, né? - disse André, chamando pelo microfone de sangue de Alice - EU ESTAVA DIZENDO ALGO!!!!
-Desculpe. - respondeu ela pelo microfone. - MAS EU NÃO VOU VOLTAR PRA P...
-Melhor eu desligar isso. - disse André, fazendo a voz de Alice sumir no ar.
-Que filha a senhora tem. - disse Rezende para a mãe de Alice.
-Sabe, - respondeu ela - eu cai da escada uma vez quando grávida... o impacto pode ter causado essa educação que só ela tem.
-É. - disse Rezende - Percebe-se. Ôôôô...André e aquele papo de armas brancas e Q.I. alto pra cassilda?
-Você vai ter que esperar pra ver. - respondeu André - Mas a parte de armas, você prefere de que tipo?
-Ah, - disse Rezende - entre um facão e um machado, algo que de medo.
-Mas pense que você vai ter que carregar isso pra escola todo dia. Escolha algo mais discreto. - disse a mãe de Alice, com uma cara de desaprovação - Como a adaga que Alice escolheu.
-Hããã...lembra do projeto Discretância 2000?
-O que tem o projeto?
-Ah. - disse André - Criatura, a minha palestra semana passada foi disto...é que agora você pode levar seu machado ou sua faca, mas só que transformado em um caderno. Ainda não testamos.
-Uau!!! Até você esta me chamando de criatura?
-É, e é bem merecido. Rezende, você quer o caderno ou vai se arriscar de pegar uma faquinha que eu uso pra cortar pão?
-Eu acho que prefiro usar o caderno, mas eu não tenho nada contra a faquinha.
-Hãããã...esta bem - disse Alice, saindo do elevador. - Eu vou querer esse "caderno" inútil que eu usaria pra fazer bonecos de palitos.
-Mas filha, a sua adaga esta do jeito que você escolheu.
-É, mas...o que eu estou fazendo?!? É claro que eu quero a adaga!
-Você só pode escolher um, Alice. - disse André.
-Eu sei. Me dá logo a adaga, André! - respondeu Alice.
-Esta bem. - disse André - A adaga é até mais pratica, não tão forte, mas pode ser transformada num lápis. Por isso, nunca empreste-a.
-Mas espere, - disse Alice - a minha adaga esta com o cabo com forma de coração, não é?
-É - disse André - e o coração virou um daqueles acessórios que se usam nas pontas dos lápis. A desvantagem é que ela não escreve, rasga.
-Tudo bem.
-Bom, - disse a mãe de Alice - ja esta ficando tarde e vocês tem que ir dormir.
-Amanhã - completou André - vocês vão ter um dia intenso de treinamento em dupla.
-Treinamento em dupla!!! - exclamou Alice - Eu trabalho sozinha.
-Não mais, minha filha.
-Droga...-disse Alice.