quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Primeiro dia!!!

No dia seguinte:
-Vamos garoto! Já é quase oito horas!
-Não. Hoje eu não vou pra escola.
-E quem disse que não vai? - disse Alice, num som maternal
-Eu! Eu disse... - respondeu Rezende, com a voz de criança mimada
-Quem mandou mesmo? - perguntou Alice
-Quem mandou o que, garota?
-Quem mandou você ir pra escola, senão vai levar uma porrada onde você pode ficar aleijado? Ah lembrei - disse Alice - FUI EU!!!
-Mandona. - resmungou Rezende
-Madona? - disse Alice - Eu também amo a Madona, mas agora você tem que levantar logo!
-Ah, que saco! - murmurou Rezende
-O que? - perguntou Alice
-AH QUE SACO. - gritou Rezende puxando Alice pela gola e gritando em seu ouvido
-Sai muleque. - gritou Alice - Você vai amassar a minha blusa.
-Se eu ver os dois brigando mais uma vez, EU JURO QUE VOU ENFIAR UM SALMÃO NO... - disse André, interrompido por Alice, que fechou a porta na hora.
-Vai sonhando que ele vai parar de brigar comigo. - resmungou Alice
-Da pra sair do meu quarto? - perguntou Rezende
-Argh! - disse Alice, enquanto saia do quarto
-Pronto. - disse Rezende - Já me arrumei, feliz agora, mãe?
-Muito feliz, filho. - disse Alice - Alias, filho você é o eu tesouro. Acho que vou enterra-lo.
-Chega de briga. - interrompeu a mãe de Alice - O ônibus passa daqui cinco minutos.
-Tá. Ai meu deus! Cade o meu material!? - exclamou Rezende
-Relaxa. - disse André - Eu já tinha pego quando agente foi na sua casa, ir na база, lembra?
-Ufa. - suspirou Rezende
-Gente! - gritou a mãe de Alice - O ônibus chegou!
Naquele momento, Alice começou a respirar mais fundo e mais rápido, como se estivesse tendo eu ataque de pânico.
-Alice nunca foi boa com mudanças. - avisou a mãe de Alice.
-Ô, você ta bem? - perguntou Rezende
-Claro. - respondeu Alice - Eu só preciso de um pouco de...Ai meu deus!
-Um pouco de "ai meu deus"? - perguntou Rezende
-Garoto, me ajuda a chegar no ônibus, só isso, ok? - disse Alice, respirando nuito rapidamente.
Eles foram os últimos a subirem no ônibus aquele dia.
-Só tem um banco! - exclamou Alice
-É, - disse Rezende - acontece. Segura nesta haste no teto do ônibus.
-Tá bom. - disse Alice, quase amassando a haste
-Ei cara. - gritou uma voz que vinha do fundo - Deixa a garota sentar!
Alice ficou em posição de ataque, de tanto susto que levou.
-Tudo bem. - falou a mesma voz - Se a garota prefere ficar de pé, não sou eu quem vai impedir.
-Ah. - disse Rezende - Tá bom, Alice senta logo no banco.
-Tá bom, eu acho. - disse ela, meio incerta
-Então, - disse Rezende - tá pronta?
-Meu filho, - ela respondeu - eu nasci pronta!
-Tá bom. - disse Rezende, fazendo uma cara particularmente irritante.
O percurso até a escola durou uns dez minutos. A escola era de um tamanho médio, com não muito alunos.
-Vem. - disse Rezende, puxando Alice pelo braço - Você não disse que tava pronta? Então vamos logo!
-Em que série estamos? - perguntou ela, um pouco nervosa
-1º colegial - responde Rezende
 -Tá bom. Onde é a sala?
 -É por aqui - disse Rezende, apontando para a sala a direita
 Alice empacou na porta da sala.
-Qual é! - disse Rezende - Você foi tão bem até agora! Se nasceu pronta, já devia estar aqui há um tempão!
-Mas, eu achei que seria só nós na sala! - disse ela - Mas tem muito mais gente aqui dentro!
-Você achava mesmo que agente teria aula sozinhos, se tem uma penca de gente lá fora? - perguntou Rezende, com um tom de alguém dizendo "é obvio"
-Mas, meu deus...agente trabalha em uma agencia! - respondeu ela, no mesmo tom.
-E dai? - disse ele - Agente não vai ter nenhum privilégio nessa escola.
-Mas...
-Mas nada Alice, cai na real, garota!
-Tudo bem, - disse Alice, finalmente entrando na sala - vou tentar me acostumar com a ideia de dividir as aulas com outras pessoas.
Aquela segunda passou muito devagar, tanto para Alice, quanto para Rezende. Mas no fim do dia, os dois não viam a hora de voltar pra lá.

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