quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Qual é?

-Depois de amanhã? - disse Rezende - Ah, dane-se, já estou aqui mesmo...ah e sobre as armas?
-A gente só vai poder usar arma branca, esperteza. - respondeu Alice - Vou ganhar minha adaga agora?
-Opa - disse Rezende - espera, eu sou a visita aqui...eu quero... - foi interrompido pela fala de Alice.
-Visita? Qual é? Você realmente acha que esta aqui por que eu quero? Se toca, velho...
-Vocês dois ai. - chamou André - Querem ficar quietos e terminar de ouvir o que eu tenho para dizer?
-Claro - disse Rezende. - Desculpe-me pelo meu ato conturbado diante de sua pessoa, Mister Matei-Duzentos-e-Cinquenta-Homens.
-Olha como fala comigo garoto! - disse André, com a voz mais alta - Na escola nós vamos ter um espião, que vai se passar por professor de matemática de vocês.
-Em uma escola normal tem matemática? - perguntou Alice.
-Você nunca foi pra uma escola antes? - perguntou Rezende
-Dãããã...claro...que não...mas eu tive aulas de Jiu-Jitsu.
-E quem liga pra Jiu-Jitsu na escola? - disse Rezende, com uma voz particularmente irritante.
-Muitas pessoas devem ligar pra Jiu-Jitsu na escola. - respondeu Alice - Eles ligam pra Jiu-Jitsu na escola, não é mãe?
-Creio que não, meu bem. - respondeu a mãe de Alice.
-Ráááá!!! - exclamou Rezende, com uma cara bem satisfeita.
Alice virou as costas e saiu batendo o pé de dentro da sala, foi até o fim do corredor, entrou na porta do elevador e sumiu.
-Então, né? - disse André, chamando pelo microfone de sangue de Alice - EU ESTAVA DIZENDO ALGO!!!!
-Desculpe. - respondeu ela pelo microfone. - MAS EU NÃO VOU VOLTAR PRA P...
-Melhor eu desligar isso. - disse André, fazendo a voz de Alice sumir no ar.
-Que filha a senhora tem. - disse Rezende para a mãe de Alice.
-Sabe, - respondeu ela - eu cai da escada uma vez quando grávida... o impacto pode ter causado essa educação que só ela tem.
-É. - disse Rezende - Percebe-se. Ôôôô...André e aquele papo de armas brancas e Q.I. alto pra cassilda?
-Você vai ter que esperar pra ver. - respondeu André - Mas a parte de armas, você prefere de que tipo?
-Ah, - disse Rezende - entre um facão e um machado, algo que de medo.
-Mas pense que você vai ter que carregar isso pra escola todo dia. Escolha algo mais discreto. - disse a mãe de Alice, com uma cara de desaprovação - Como a adaga que Alice escolheu.
-Hããã...lembra do projeto Discretância 2000?
-O que tem o projeto?
-Ah. - disse André - Criatura, a minha palestra semana passada foi disto...é que agora você pode levar seu machado ou sua faca, mas só que transformado em um caderno. Ainda não testamos.
-Uau!!! Até você esta me chamando de criatura?
-É, e é bem merecido. Rezende, você quer o caderno ou vai se arriscar de pegar uma faquinha que eu uso pra cortar pão?
-Eu acho que prefiro usar o caderno, mas eu não tenho nada contra a faquinha.
-Hãããã...esta bem - disse Alice, saindo do elevador. - Eu vou querer esse "caderno" inútil que eu usaria pra fazer bonecos de palitos.
-Mas filha, a sua adaga esta do jeito que você escolheu.
-É, mas...o que eu estou fazendo?!? É claro que eu quero a adaga!
-Você só pode escolher um, Alice. - disse André.
-Eu sei. Me dá logo a adaga, André! - respondeu Alice.
-Esta bem. - disse André - A adaga é até mais pratica, não tão forte, mas pode ser transformada num lápis. Por isso, nunca empreste-a.
-Mas espere, - disse Alice - a minha adaga esta com o cabo com forma de coração, não é?
-É - disse André - e o coração virou um daqueles acessórios que se usam nas pontas dos lápis. A desvantagem é que ela não escreve, rasga.
-Tudo bem.
-Bom, - disse a mãe de Alice - ja esta ficando tarde e vocês tem que ir dormir.
-Amanhã - completou André - vocês vão ter um dia intenso de treinamento em dupla.
-Treinamento em dupla!!! - exclamou Alice - Eu trabalho sozinha.
-Não mais, minha filha.
-Droga...-disse Alice.

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